Absurdo no rádio esportivo paulista: Coisas da FPF e da Vênus Platinada

Se o futebol é o que é hoje no Brasil, deve-se muito ao rádio que lá na década de 30 abriu suas portas ao esporte trazido pra cá por Charles Miller. Mesmo com a chegada da TV e seu enriquecimento, o rádio jamais abandonou o futebol, fazendo ainda a cobertura jornalística mais digna entre todas as mídias.

Todos sabem que o que move de fato as competições e a forma como elas são conduzidas, é a televisão com seu grande poder financeiro. No caso do Brasil, entidades, principalmente as federações e seus clubes curvam-se aos mandos e desmandos da Globo tententora no país dos principais torneios futebolísticos.

Em 2009 um artigo "criminoso" chamou a atenção no regulmento do Campeonato Paulista. No referido fica estipulado a proibição aos repórteres de rádio de fazerem entrevistas antes do jogo, e no seu intervalo.

A medida beneficia apenas a detentora dos direitos da competição que no caso é a Vênus Platinada, Nave Mãe ou simplesmente TV Globo. Revoltados com isso, uma grande discussão passou a ser pauta fixa dos envolvidos no assunto.

A Federação diz que a medida é para preservar os horários das partidas, mas ela se esquece ou finge esquecer, que é a própria televisão que altera datas, antecipa ou retarda o início de partidas para adequarem de acordo com sua vontade sua grade de programação.

Inicialmente a situação seria ainda pior, em entrevista à rádio Jovem Pan o presidente da ACEESP (Associoção dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), Ricardo Capriotti afirmou que em reunião na FPF estaria proibida a permanencia dos repórteres na hora do jogo, podendo assim fazerem seus trabalhos apenas no término da partida. A situaçõa foi contornada em partes pela ACEESP, mas ainda mantinha-se o veto às entrevistas.

Já que uma solução amistosa foi tentada pelo presidente Capriotti e a situação continuava desconfortável, um grupo de quatro jornalistas da rádio Jovem Pan (Wanderlei Nogueira, Luis Carlos Quartarollo, Márcio Spimpollo e Fábio Seródio) entraram com uma ação na justiça para derrubar o artigo do regulamento do certame.


A alegação é que tal ato da FPF fere a Constituição do Brasil e quebra a liberdade de imprensa em nosso país. Com essa liminar expedida pelo magistrado Dr. Carlos Henrique Abrão os quatro repórteres citados passam a ter a liberdade de fazer seus trabalhos normalmente . E já na rodada desse último fim de semana notamos que os repórteres das outras rádios foram no embalo e também trabalharam normalmente.

Dia 18 de fevereiro terá uma audiência de conciliação entre ambas as partes. Fica agora a nossa torcida para que a justiça seja feita, e os profissionais possam fazer seu trabalho como sempre foi feito. E não se esqueçam que rádio ainda é o combustível da grande massa.

Neste post em especial eu gostaria de saber a sua opinião sobre esse assunto. Confira agora uma explicação muito bem detalhada dessa situação no jornal Hora da Verdade da Jovem Pan comandado pelo jornalista Nelo Rodolfo e que teve a brilhante e esclarecedora opinião de Joseval Peixoto, e depois deixem a suas opiniões.