
Olá pessoal, depois de cinco longos dias com problemas no servidor onde gero os players dos áudios aqui da Terra do Rádio, volto com mais uma postagem sobre o meio de comunicação mais apaixonante do planeta. Como fiquei alguns dias sem conseguir postar, esse post vai ficar um pouco mais longo que o habitual, mas é um assunto importante.
Hoje falo do FM na região de Araçatuba, mais especificamente da mais antiga a Cultura FM 95,5. Sempre fui um crítico ferrenho do caminho por onde as rádios em Frequência Modulada estava seguindo. Na década de 80 e começo da de 90 a programação das FM´s ainda mantinham uma preocupação com o conteúdo que ia ao ar, mas a tragédia começou na metade dos anos 90 e perdurou até os primeiros anos deste novo milênio.
Esse período que considero como o mais tenebroso do FM regional, pode ter sido o período de maior ganho financeiro, mas para a qualidade de conteúdo e de informação foi um desastre. Foi nesse período que surgiram os "Anunciadores de música" situação que engessou os nossos comunicadores, limitando-os a anunciar as músicas executadas, mandar beijos e abraços e fazer os anúncios comerciais, em alguns momentos era praticamente impossível acompanhar o nosso FM por mais de 15 minutos.
A situação há alguns anos começou a mudar, acredito que os donos passaram a perceber que apesar do grande volume de comerciais, o FM estava ficando sem conteúdo. Outro favor que acredito tenha sido fundamental para essa mudança de mentalidade foi com o crescimento e a popularização do mp3.
Na minha opinião a rádio que simplesmente toca música, sem trazer um diferencial vai perder cada vez mais espaço. Está surgindo uma geração que nasce com um aparelho de mp3, mp4, ipod ao lado, e lá a pessoa pode escolher as músicas que mais gosta e ficar ouvindo na hroa que bem quiser, e na ordem que quiser. Então pra que ficar sintonizado no rádio esperando a sua música favorita tocar?
De agora em diante quem ouvir rádio vai continuar querendo música sim, mas vai querer algo mais, notícia, informação, qualquer história que envolve aquela música, aquele artista. Atenta a isso, a Cultura FM me parece já se preocupar com essa questão. Vários exemplos podem ser observados ao decorrer da sua programação.
Quando falo de conteúdo e informação, não estou querendo dizer que todas as FM têm de ser como a CBN, a rádio que toca notícia. Informação não é só o tradicional radiojornalismo, mas dentro dos programas de entretenimento pode-se dar informação e comentário. A cultura já espalha em sua programação os tradicionais Drops, aqueles blocos segmentados, como por exemplo o Fique por Dentro e o Estádio 95.
Mas a Cultura a cada dia parece estar indo além daquele mínimo de conteúdo informativo exigido por lei. Podemos observar logo no começo da manhã com a parceria com a Folha da Região e o Canal 21 Net Cidade, para o noticioso Cidade Aberta que para o rádio posso classificar como ótimo, e que em breve vai merecer um destaque mais especial por aqui.
Temos também o muito bom Clássicos da Cultura diariamente na hora do almoço, onde o que mais me chama a atenção, mais do que o acervo musical, são as informações que o apresentador Giuliano Turtle nos transmite. Lembram que mais acima falei do engessamento dos locutores? Pois bem, eu que já acompanha um pouco o trabalho do Giuliano no nosso rádio, não imaginava que tanto conhecimento musical pudesse ficar escondido.
Semanalmente podemos companhar também o Jazzmasters, um programa que a cada vez que ouço fico admirado com o que os dois apresentadores entendem de música, e o melhor, como eles são bons para transmitir isso. Uma inovada aconteceu também nos tradicionais TOP´s da Semana. Através do PopCast podemos acompanhar as músicas mais pedidas durante a semana, mas com uma pitada especial, onde a gente fica conhecendo mais detalhes dessa música, como quando ela foi lançada, composta, muitas outras situações.
Diariamente no fim de tarde e começo de noite dá pra acompanhar o ótimo Happy Hour, uma revista eletrônica, que sempre está trazendo um entrevistado no estúdio, notícias dos mais variados assuntos, além claro de boa música, por favor não pensem que sou contra as músicas no rádio.
E foi o Happy Hour que escolhi para ilustrar essa nova mentalidade de programação da Cultura FM, o programa que inicialmente era apresentado pelo amigo Régis Antônio, e agora tem o comando do Mário Bross. Quem imaginaria há 12 ou 13 anos atrás que uma FM aqui, tirando os programas jornalísticos, ficaria mais de 4 minutos sem tocar música, e repassando informação? Pois é, isso me faz acreditar que as coisas podem melhorar ainda mais.
E o áudio de hoje é um trecho do programa Happy Hour apresentado pelo Mário Bross que vai ao ar diariamente as 5 da tarde na Cultura FM de Araçatuba.
Essa Cultura FM realmente é demais!
3 comentários:
Excelente texto Clemersom!!!
Completo, cativante e curioso!
Paravbéns!
Parabéns pelo blog. Sempre abordando temas interessantes sobre esse fascinante meio de comunicação. Realmente é raro ouvirmos algum programa jornalístico nas rádios FM, principalmente no interior, por isso programas como o descrito no post merecem nossa atenção.
ass: Karol Verri
"Rádio é??!!!!"
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